Se eu faço férias com o meu filho? Não, fica complicado não só a mudança de cenários e rotinas para uma cabecinha autista, mas penso mesmo que mais complicado é para quem nos acompanha e que nunca mais o conceito de ‘férias’ será esquecido, o que me leva a ter optado ao longo dos anos a isolar-me com ele nesse período que dizem se quer diferente… e contudo falamos sobre isso e como gostaríamos de viajar juntos, partilhar novas e ousadas experiências, mas compreendo que para ele fica mais fácil navegar na prodigiosa imaginação que grassa nos nossos genes, e, para mim fica uma imensa tristeza de não podermos concretizar cada um desses projectos.
Recordo-me que uma vez fui severamente repreendida por uma professora do meu filho por levar demasiado a sério o mundo de fantasia e que, ‘ainda para mais, o levava comigo’. Sim, severamente repreendida, mas a senhora não ficou sem resposta, lamentavelmente e como devem calcular, a minha alucinante resposta deve ter ficado a flutuar entre os seus obtusos Tico e Teco que implodiram com tanto estímulo… aparentemente no mundo de pobreza de espírito desse Tico e Teco haveria espaço para que essa implosão se desse sem que nada em redor fosse afectado, dizem que o deserto tem dessas coisas… Sarcasmo à parte, lembro que respondi à tal senhora que, se o mundo de fantasia era meu aliado na luta aguerrida que tinha contra o autismo, se o brincar, mimar/animar e até ‘onomatopeiazar’ cada detalhe da vida do meu filho o fazia desligar-se do seu mundinho e deixar-me chegar até ele, se as armas que usava nessa guerra desleal era puras, sadias apesar de apatetadas, e se ainda por cima, resultavam…!!! – «Ora, minha senhora! Repito mil vezes: E viva a fantasia!» (foi nessa fase da minha resposta que o fumo dos circuitos fundidos do Tico e Teco lhe saíram pelos ouvidos…)
Mas se de uma coisa tenho sã consciência é o facto de: Se eu tivesse de pensar num esmalte para levar de férias, seria de caras, um azul, um qualquer… de preferência um tom bem cor de jeans. Claro que levaria na minha necessaire uns quantos vidrinhos, e um kit emergência composto por algodão, palitinho, lixa e removedor…

Então… o vidrinho eleito é o meu mais recente azul de perdição que promete arredar do favoritinho o meu MIYO cor ‘Pacific’: é um cremoso bem básico, cor ‘Jeans’, da BARBIE que me enviou a doce Lelê pelo meu aniversário, e quanto a mim só tem um defeito – se é Barbie e não é rosa, mas sim azul… cadé o meu Ken ruivo, hein, Lelê!?!?
E o destino escolhido? Não deu para perceber…? BRASIL!!!
E meninas (gatas) nos aguardem, porque o Pedro de uma forma pouco autista e bem pragmática, começou a jogar no euromilhões (loteria) para esta viagem ser efectivada!!!
2 comentários:
Owwwwwww..fiquei tão emocionada que me faltam palavras...
ai Aye Lelê <3 ...............................
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